Um dia depois damudança no método de ingresso na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), empresários da cidade já se articulavam para continuar debatendo e manifestando sua opinião sobre a decisão tomada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). No fim da tarde desta sexta-feira, uma segunda reunião da classe com estudantes e professores deve ocorrer para acertar os detalhes do protesto marcado para a próxima quarta-feira.
:: Entidades empresariais de Santa Maria emitem nota de repúdio à decisão da UFSM
O impacto econômico já está perdendo espaço para as questões sociais que envolvem o tema. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Jacques Eskenazi Neto, mantém a posição contrária à forma como a decisão foi tomada pelo conselho superior da instituição:
_ Isso tem que ser planejado, a implantação do SiSU deveria ter sido escalonada, para que as pessoas fossem se acostumando com a transição. Na audiência pública realizada na quarta-feira, em nenhum momento foi levantada essa hipótese. O impacto é mais amplo do que o evento vestibular, que não vai mais ocorrer, e a questão econômica não é tão importante quanto a social.
Para Eskenazi, a vida das pessoas que moram na cidade e na região vai ser abalada, por isso, todos deveriam "ser mais bairristas", para defender os interesses locais. Vilson Serro, diretor presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), vê o fato sob diferentes aspectos. A expectativa pela mudança é antiga, já que em todo o país as universidades têm feito esse caminho.
_ O que parecem ter esquecido é que a inscrição para o Enem termina hoje (sexta-feira), e isso poderá até ser questionado judicialmente, pois prejudica uma boa porção dos vestibulandos.
Em relação à economia, o impacto inicial é forte, mas iria ocorrer cedo ou tarde. Com o tempo, todos vão se adaptar e as empresas do comércio e do turismo vão encontrar alternativas.
Para Antonio Odil Gomes de Castro, presidente do Sindicato da Habitação de Santa Maria (Secovi), que representa as imobiliárias, o mais negativo de tudo o que ocorreu foi a surpresa da decisão. O setor valorizava o evento do vestibular, com a reunião dos estudantes na cidade, o que facilitava a divulgação dos serviços das imobiliárias, mas deverá buscar alternativas.
_ Quanto ao depois, ao número de estudantes que vêm para cursar a faculdade aqui, não tem como prever se virão menos ou mais pessoas do que antes_ comenta.